(Embargada até as 16h de hoje) Londres, 13 nov (EFE).- Uma missão de pesquisa com tripulação humana em Marte poderá se abastecer de energia solar, de forma permanente ou quando se situar em uma latitude adequada, segundo uma matéria publicado hoje pela revista britânica "New Scientist".
A Agência Espacial Americana (Nasa) quer determinar qual é a melhor fonte de energia para as expedições ao planeta vermelho, a solar ou a nuclear, e para isso encarregou um estudo ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA).
Este debate energético acentuou-se depois que a Nasa deu por concluída a missão da sonda "Phoenix" em Marte, diante da impossibilidade de estabelecer comunicação com ela.
Essa missão, que funcionava com energia proporcionada por painéis solares, foi interrompida quando estes deixaram de se recarregar devido às tempestades de areia.
Outras sondas, como a Cassini, a Galileu e a New Horizons, levaram geradores de energia nuclear, uma opção que, segundo os pesquisadores, é a "clara vencedora" no debate porque permite um abastecimento constante de energia.
No entanto, os detratores desta opção alegam que qualquer acidente poderia causar uma chuva de resíduos radioativos na Terra ou em Marte.
Até agora, os cientistas pensavam que os raios do sol seriam fracos demais em Marte para ser transformados em quantidade suficiente de energia.
Eles calculam que seriam necessários cerca de 100 quilowatts para que os exploradores de Marte pusessem em funcionamento um entorno operacional e pudessem retornar à Terra.
A equipe de pesquisadores explica que, se a nave ficar na localização adequada -uma latitude entre 0 e 40 graus ao norte do equador marciano-, o sol poderá fornecer toda a energia à estação, inclusive durante as tempestades de areia.
Após avaliarem 13 sistemas de geração de energia, os cientistas concluíram que seria viável uma missão que levasse vários rolos de painéis solares de forma a cobrir uma superfície de 10 mil metros quadrados.
Esta missão poderia obter os 100 quilowatts necessários caso se situasse 25 graus ao norte do equador marciano.
Uma vez sobre a superfície de Marte, dois membros da tripulação teriam que dedicar 17 horas ao posicionamento e início de trabalho dos painéis, embora os pesquisadores destaquem a possibilidade de utilizar robôs para este fim.
UOL